Determinantes sociais da saúde de pessoas em medidas de segurança em um hospital de custódia
Dissertação (Mestrado)
Author: Oñate Daza, Paola Margarita
Contributor Advisor: Heidemann, Ivonete Teresinha Schulter Buss
Date Issued: 2020
Description: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Florianópolis, 2020.
Description Abstract: Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva, de abordagem qualitativa, com o objetivo de compreender os determinantes sociais de pessoas em medidas de segurança sob a concepção de trabalhadores e profissionais da saúde de um hospital de custódia e tratamento psiquiátrico de Florianópolis/SC. A coleta de dados da pesquisa ocorreu por médio de entrevistas semiestruturada no primeiro semestre de 2019, no hospital de custódia de Florianópolis/SC, com 15 participantes distribuídos em dois grupos: oito agentes penitenciários, quatro enfermeiros, dois técnicos e um auxiliar de enfermagem, atuantes diretos no cuidado das pessoas em medidas de segurança. Teve início a partir da entrada de campo no hospital, com data e hora marcadas pela direção, especificamente na hora de almoço dos participantes. Consideraram-se realidades de países como Argentina, Colômbia e Portugal. Para a análise dos dados, valeu-se da análise temática, proposta por Minayo. Os resultados do estudo, foram debatidos à luz da fundamentação teórica dos determinantes sociais da saúde, sendo discutidos em dois manuscritos: percepção dos trabalhadores sobre os determinantes sociais da saúde das pessoas em medida de segurança em um hospital de custódia; acolhimento na rede pública de saúde das pessoas em medida de segurança: doente ou criminoso? Como principais dificuldades foram apontadas: os desafios para interagir com as famílias das pessoas internadas, as condições de contratação dos trabalhadores que interferem na continuidade do trabalho, a percepção do hospital de custódia como lugar de cuidado das pessoas em medidas de segurança e a falta de apoio da rede psicossocial no auxílio das demandas destas pessoas em liberdade. Todas estas dificuldades atreladas, ainda há a falta de compreensão dos determinantes sociais da saúde como estratégia para atingir melhor qualidade de vida para esses indivíduos. Destaca-se como ponto positivo o trabalho multiprofissional para o cuidado destas pessoas, incluindo os agentes penitenciários. Registra-se que os agentes penitenciários e a equipe de enfermagem possuem formação. Percebeu-se que o programa de acompanhamento ao egresso, cumpre a lei, mantendo comunicação permanente com os centros de atenção psicossocial e as residências terapêuticas. As práticas para endereçar os determinantes sociais da saúde devem incluir as famílias com o intuito de fortalecer as relações com estas pessoas. Ressaltam-se os trabalhos realizados pela equipe multiprofissional, para evitar a institucionalização das pessoas em medida de segurança.